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Mostrando postagens de julho, 2016

Homem Moderno

Eu estou no tempo, nem perdido nem achado. Tô navegando e compondo o momento.  Estou contemporâneo, conectado, recarregado e sem fio  Colhendo informações de uma rede como o pescador tira peixe do rio.  Estou ali e também em uma nuvem, num banco de dados.  Tô concentrado em um chip de grafeno, situado a oito minutos da minha fonte de luz.  Estou monografado, citado, citando e estou morrendo.  Fui enquadrado sem carteira, sem vergonha, mas remunerado.  Hoje em dia nem isso. Tempo difícil.  Sou um homem moderno, no tempo;  homenageando meus ídolos em redes sociais,  travando guerras em vídeos e despejando fúria em podcasts.  Fui linkado em um hypertexto, sou pretexto para stalkers  e sofro de depressão, estresse pós-traumático, e não tenho um segundo a perder. A verdade está lá fora, mas eu estou aqui dentro,  no templo do entretenimento.  Vivo no cinema, mas assisto o que quero on-line.  Presto tributo à pornografia, à Wikipedia  e gosto do que

Ícaro

Eleva-se com bolsões de ar,  Eleva-se como palavras flutuantes . Ele vê outros horizontes e enche de sol os olhos Brilhando também as asas, o dorso, o corpo todo, Como se emanasse brilho próprio . Na guinada desses ventos, desenterra o verdadeiro rosto Há muito em si mesmo escondido, E então,  Torna-se Ícaro . Quis explodir cada fibra e cada cabelo Saber que o sangue possui uma voz da cadência do coração E que eu vai ouvi-lo murmurar nas artérias e vasos minúsculos E cansar seus músculos Como se houvesse uma escalada do corpo ao espírito da palavra . E então, quando Apolo aquecer o chão, Vai contemplar a promessa de ouro, E como se fosse feito de só palavras Sua vontade irá Alçar vôo . Eleva-se com bolsões de ar e chove cera e poesia.

The Flower

She swirls and sings. It’s not about the perfume. It’s the universe, in relation to all that has passed and will be, stumbling in a moment, as the most eerie scented relic. Transitory, delicate, enveloping in velvet touch a fragment of herself, carried by winged farmers that buzz under the sun, making honey and crossing the air in a freelong flight. It’s the attraction It’s the mystic wind blown under her petals while she whispers all colors. It’s her. She’s mystic in the sense that she won’t last for the last scene. ***pra quem ainda não está matriculado num curso de inglês: A Flor Ela rodopia e canta. Não é sobre o seu perfume. É o universo, em relação com tudo o que passou e o que será, tropeçando em um momento, como a relíquia mais misteriosa. Transitória, delicada, envolvendo em um toque aveludado um fragmento de si mesma, carregado por fazendeiros alados zumbindo sob o sol, fazendo mel e cruzando o ar em um longo voo livre. É a atração é